É comum clientes chegarem ao consultório lastimando a vida e seus percalços, se queixam das pessoas, dos seus relacionamentos interpessoais e, na grande maioria das vezes, é isso que os levam a terapia; a necessidade de mudar a vida.
Frases, como “Eu gostaria que tudo fosse diferente”, “Não quero mais sentir isso” e “O que eu faço?”, são bem comuns. Em uma primeira sessão eu diria que todos os clientes, ou a grande maioria deles, possuem uma única queixa: eu estou sofrendo e como vítima dessa dor não sou autor e sim coadjuvante da minha história.
Em terapia vamos iniciar, então, um trabalho de protagonismo. Ele começa quando o cliente se queixa e o terapeuta acolhe com uma escuta empática e sem julgamentos.
O protagoniza(dor)
Seja o protagonista da sua dor. Ou seja, implique-se em seu sofrimento de forma a buscar modificar a si mesmo e a forma como você se relaciona com o mundo à sua volta. Quando reclamamos, colocamos a responsabilidade das coisas em uma instância externa (pessoas, instituições, acontecimentos).
E quem sofre sente, quem sente age e quem age muda. Protagonizar a dor é olhar pra ela com empatia sem renegar sua origem, é buscar as possibilidades de transformação. Você muda a vida ou muda a si mesmo.
Só que isso não é tão simples assim. O mais comum são pessoas não se responsabilizando pelas pedras em seu caminho. Elas culpam as dificuldades, os obstáculos ou os outros por aquilo que lhes faz sofrer. Esse é o caminho mais simples.
Isso é o que eu chamo de cegueira emocional, porque você está tão focado em querer um alívio já, imediato, para as suas dores e dificuldades que só é capaz de visualizar a pedra no caminho, as coisas que os outros fizeram e te magoaram, os erros cometidos pelos seus pais na sua criação, o bullying que sofreu na escola, os vários nãos que ouviu ao longo da vida, dentre uma série de outras situações que você mesmo pode buscar na sua vida.
Reflita sobre sua vida e as pedras que você culpa no seu caminho. Faça isso agora!
Refletiu? Então, podemos continuar
Agora que você já pensou e refletiu, fez até uma lista — quem sabe?. Me responda a seguinte pergunta: Quem está protagonizando a sua dor? Quem é o protagonista da sua história?
Ouso responder que são as pedras em seu caminho, são os outros, os fatos que lhe aconteceram, os fatores externos a você. De modo geral, é tudo aquilo que você não consegue controlar.
Bom, se eu estiver errado tenho duas coisas para lhe dizer: a primeira é parabéns você está no caminho certo. A segunda é: por esse motivo, pode parar por aqui. Este texto não é para você.
Eu chamo isso de cegueira emocional por um único motivo, as suas energias estão direcionadas para o lugar errado, a vitimização não lhe permite se auto ajudar, você só vê a pedra em seu caminho. Esse jogo de que o mundo me feriu e ele é culpado não alivia o sofrimento e nem te fortalece.
Como disse Luis Fernando Veríssimo:
A maneira como você encara a vida é que faz a diferença. A vida muda quando você muda.
Por isso: mude!
É preciso dar voz ao sofrimento, mas também a possibilidade de modificar o sofrer.
Essa possibilidade (a de modificar o sofrer) só aparece quando enxergamos o papel fundamental que temos, cada um de nós, em nossas próprias vidas. Com isso entendemos que pedras no caminho podem ser removidas, e se forem grandes demais podem ser contornadas.
Já dizia o existencialista Jean Paul Sartre:
Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.
O que você tem feito com o que “fizeram” com você?
Você pode padecer em seu sofrimento, ocupar um lugar de passividade e esperar que a vida e os outros mudem. Ou você pode fazer algo por você e mudar a sua forma de interagir com a vida.
Para mudar a vida é preciso se mudar, porque é você quem constrói a sua vida e não a vida que constrói você. Quando você muda a maneira de ver as coisas, no momento em que interage de uma forma diferente, faz diferente, tudo ao seu redor se modifica.
Não é preciso mudar o mundo ou os outros se podemos mudar como nos relacionamos com eles!
Se você colheu uma rosa e ela te espetou, lembre-se: quem te fere é o espinho, mas é você quem processa a dor e colhe a rosa. Rosas sempre terão espinhos, o que você pode fazer para não se espetar?
A vida pode continuar a mesma, mas se você já não for o mesmo ela será diferente. Porque a vida muda quando você muda! O que você tem feito para mudar a vida ou se mudar?
Apesar disso, você não precisa caminhar sozinho
Para você ser a mudança que deseja em sua vida, é preciso conhecer a própria história, esse é um processo profundo e complexo que chamamos de autoconhecimento. Vai além de descrever o momento atual de vida, dizer das dores ou desamores. É um processo de protagonizar a dor, isto é, saber a sua origem, causa e aprender agir nela ou nos seus agentes causadores.
Nós, psicólogos, não aprendemos a remediar as emoções, mas somos muito bons em levar as pessoas a compreenderem o porquê fazem o que fazem e o porque sentem o que sentem. Nesse sentido, deixamos as pessoas mais bem instrumentalizadas para fomentar mudanças significativas em suas vidas.
Se você está passando por momentos difíceis e só consegue enxergar as pedras em seu caminho, busque ajuda. Sozinho tudo é muito mais complicado do que parece e mudar a vida se torna algo quase impossível.
Estou a disposição para te ajudar a enxergar a vida a partir de uma nova perspectiva. Vamos, juntos, fazer você ser a mudança que deseja em sua vida! Entre em contato comigo!