Inteligência emocional: a habilidade mais importante para o seu futuro

Inteligência Emocional

Você já percebeu como é difícil lidar com algumas situações do nosso dia a dia? Às vezes temos reações um pouco exageradas e acabamos nos arrependendo alguns minutos depois. Provavelmente isso já aconteceu com você. Qual será o motivo?

De acordo com o jornalista e psicólogo Daniel Goleman, essas nossas explosões e dificuldades para lidar com alguns temas é fruto da falta de uma habilidade chamada “Inteligência Emocional”.

Por que precisamos de Inteligência Emocional?

Bom, antes de falar sobre qualquer coisa relacionada à teoria da Inteligência Emocional ou sobre o conceito propriamente dito, primeiro precisamos exemplificar o impacto da ausência dela no nosso dia a dia.

Olha, você provavelmente já se pegou em algum dos cenários que descreverei, e tudo bem. Todos nós passamos por situações como essas, elas são relativamente comuns, fruto do nosso olhar desatento para o mundo.

Um exemplo clássico da falta de Inteligência Emocional é o famoso “comer compulsivo“. Quantas vezes você já não se pegou comendo enquanto estava com ansiedade, como se isso ajudasse a aliviar o desconforto? 

Ou, quem sabe, outro exemplo bastante comum: uma crise de raiva por conta de algo corriqueiro, simples, como alguém derrubar um talher ou deixar de prestar atenção em alguma coisa.  Você consegue se lembrar de algum momento em que poderia dizer que sua reação foi “exagerada”?

Essas situações acontecem porque na ausência da Inteligência Emocional somos arrastados pelas nossas emoções. Assim, tendemos a ter atitudes que de acordo com os impulsos que essa emoção nos envia. Em vez de agir de acordo com o que valorizamos ou o que precisamos fazer, reagimos de acordo com como nos sentimos no momento.

Aqui temos a primeira descoberta deste texto: nós podemos escolher entre agir de acordo com que nossas emoções e o que os impulsos dela nos mandam fazer ou de acordo com os nossos objetivos e aquilo que gostaríamos de alcançar ou da imagem que queremos passar para o mundo.

O que é Inteligência Emocional para Daniel Goleman?

Na década de 90 o psicólogo, jornalista e divulgador científico Daniel Goleman  começou a apresentar um interesse por entender  o que levava as pessoas a agir de maneira impulsiva ou de forma que futuramente se arrependiam. 

Ao se aprofundar no tema, Goleman notou que existiam dois grandes grupos de pessoas: [1] aquelas que conseguiam lidar com suas oscilações emocionais diante das mais diversas situaçõe da vida e [2] aquelas que se entregavam aos impulsos das emoções, o que em alguns casos gerava arrependimentos.

Alguém menos treinado poderia associar essa diferença à personalidade da pessoa ou a forma como ela “prefere” viver. Daniel Goleman, por outro lado, entendeu que essa diferença existe por falta de uma habilidade que poderia ser treinada e desenvolvida.

Assim, em 1995 Goleman lançou o livro que traria ao mundo o termo Inteligência Emocional. Em sua obra o jornalista explica que essa inteligência “refere-se à capacidade  de  identificar  nossos próprios  sentimentos  e  os  dos  outros,  de  motivar  a  nós  mesmos  e  de gerenciar bem as emoções dentro de nós e em nossos relacionamentos

Dizendo de outra forma, a Inteligência Emocional é um conceito que aglutina um conjunto de comportamentos, visões de mundo e ações necessárias para que a pessoa comece a ter consciência do que está acontecendo com ela, do que ela está sentindo e pensando, e esteja mais apta a agir de maneira assertiva.

Porque a Inteligência Emocional é importante?

Inteligência Emocional é basicamente a habilidade de nos relacionarmos com nós mesmos e com o mundo, por isso ela pode ser fundamental em muitas áreas, como: 

Autoconhecimento: nos ajuda a entender nossas próprias emoções, permitindo que reconheçamos e nomeemos o que estamos sentindo. Isso é fundamental para a autorreflexão e o desenvolvimento pessoal.

Autocontrole: nos capacita a regular nossas emoções. Isso significa que podemos lidar melhor com o estresse, a raiva e a ansiedade, tomando decisões mais ponderadas em vez de reagir impulsivamente.

Empatia: a empatia é a capacidade de compreender e se conectar com as emoções dos outros. Ao termos mais empatia tendemos a julgar menos e somos mais abertos aos sentimentos do outro, o que gera relacionamentos mais saudáveis e duradouros.

Habilidades de Comunicação: está intimamente ligada à comunicação eficaz. Ela nos ajuda a expressar nossas emoções de maneira clara e a ouvir ativamente os outros, realmente compreendendo o que está sendo dito verbalmente e nas “entrelinhas”.

Resolução de Conflitos: ao reconhecer nossas próprias emoções e as dos outros, somos mais capazes de resolver conflitos de maneira construtiva, evitando confrontos desnecessários e contornando os mecanismos de defesa dos demais envolvidos.

Tomada de Decisão: a capacidade de avaliar e regular emoções é fundamental para a tomada de decisões informadas. Tomar decisões quando estamos emocionalmente equilibrados leva a escolhas mais ponderadas e racionais.

Sucesso Profissional: a Inteligência Emocional é cada vez mais valorizada no local de trabalho. Ela influencia a liderança eficaz, a resolução de problemas e a capacidade de trabalhar bem em equipe.

Bem-Estar Mental: aqueles com alta Inteligência Emocional tendem a desfrutar de melhor bem-estar mental. Eles lidam melhor com o estresse e têm menos probabilidade de sofrer de ansiedade e depressão.

Melhores Relações Pessoais: Relações mais saudáveis e gratificantes são uma consequência direta da Inteligência Emocional, já que ela promove comunicação aberta e compreensão mútua.

Em suma, a Inteligência Emocional desempenha um papel fundamental em nossa vida pessoal e profissional, impactando nossa capacidade de lidar com desafios, desenvolver relacionamentos significativos e alcançar o sucesso em várias áreas. 

Maturidade, imaturidade e Inteligência Emocional

Poderíamos facilmente dizer que o conceito de Inteligência Emocional se confunde com o de maturidade. Afinal de contas,  maturidade não é aquilo que alcançamos de acordo com nossas experiências e que nos respalda com sabedoria, cuidado e ponderação antes de nossas decisões?

Em outras palavras, ser maduro, e aqui acredito que posso dizer que essa também é a visão de Goleman, é conseguir entender as próprias emoções, escutar o que elas têm a dizer, buscar as causas do que pode ter trazido algum desconforto, assumir a responsabilidade pelo que está se sentindo e agir em prol de alguma solução e aceitação.

A Inteligência Emocional é uma habilidade fundamental para que possamos chamar alguém de maduro, já que a maturidade pressupõe a capacidade de se entender e entender os outros.

Sendo um pouco mais duro, mas também mais realista, maturidade é quando entendemos que tudo que acontece é fruto das nossas escolhas. Não fazemos o que fazemos porque não existem outras alternativas, mas sim porque aquela ação é a menos danosa ou mais recompensadora para nós em determinado momento.

O que quero dizer é: ser maduro é parar de colocar a culpa no outro e observar o impacto das suas ações e o que você pode fazer para lidar com adversidades. É aceitar as próprias fraquezas, erros e inaptidões, mas sem vitimismo.

Inteligência emocional na prática

Você provavelmente gostaria de saber como desenvolver a sua Inteligência Emocional, correto? A melhor forma de fazer isso é tentando reproduzir o modelo mental de quem sabe usar essas habilidades.

Partiremos da premissa de que a Inteligência Emocional começa na autoconsciência, ou seja, na capacidade que temos de entender como estamos nos sentindo e qual é a nossa função em determinada situação. 

Assim, existem alguns passos que podemos seguir para deixar a nossa mente mais afiada, pronta para lidar com situações adversas sem perder o controle. Podemos dividir esse processo em 6 Passos:

1° passo — Análise de estados internos

Precisamos analisar nossos pensamentos, sentimentos e reações, dando nome a eles, identificando o que foi o gatilho, o “start” da nossa reação. Se questione: foi um pensamento ou uma emoção? O que gerou aquele sentimento ou pensamento?

Essas não são perguntas fáceis, e entendo que comumente achamos que sabemos o que estamos sentindo, mas na prática raramente tomamos consciência dos nossos estados internos. Por isso,  realmente temos que parar o que estamos fazendo e nos fazer essas perguntas. Temos que respondê-las mentalmente “em voz alta”, como quando realizamos um cálculo.

2° passo — Entendendo forças e fraquezas

Por conta do nosso orgulho e das cobranças sociais, frequentemente temos medo de prestar atenção em nossas fraquezas ou identificar nossos erros, aqueles pontos nos quais não fomos 100%.

Entenda que habilidades e forças você realmente tem, mas também quais são suas fraquezas, onde estão seus pontos de melhoria e que déficits devem ser compensados para que possa alcançar seus objetivos. 

Esse exercício ajuda a trazer mais humildade, aumentando a consciência que temos sobre como algumas tarefas podem ser mais difíceis para alguns do que para outros, e que muitas das habilidades que temos são fruto de longos anos de treino e não podemos exigir que outras pessoas as tenham também.

3° passo — Calce os sapatos do outro

O terceiro passo que precisamos seguir é observar o mundo pelas lentes do outro. Isso é um exercício de inteligência mais difícil do que parece Por que você precisa ser capaz de entender como a outra pessoa interpretaria uma determinada situação.

A complexidade desse passo consiste no fato de que a forma como analisamos as coisas e vemos o mundo depende das nossas experiências e do que achamos valoroso em nossa vida, e entender o mundo do outro exige um esforço muito grande para considerar as coisas que essa outra pessoa identifica como importantes.

Provavelmente você já teve alguma discussão com alguém por conta de algum acontecimento no qual uma das pessoas acreditava que o ocorrido era algo desprezível, enquanto o outro dava muito a atenção ao tema. Esse é o motivo.

Ao se esforçar para se colocar no lugar do outro, aos poucos você conseguirá desenvolver mais empatia e compaixão, reduzindo o seu julgamento e facilitando a conexão com os demais. 

4° passo — Escuta ativa

A próxima etapa do desenvolvimento da Inteligência Emocional é a habilidade de escutar com atenção, também conhecida como escuta ativa. Essa é uma forma de se atentar ao que a outra pessoa diz, realmente escutando as coisas que são faladas e buscando compreender o ponto de vista do outro.

Você pode começar a praticar isso tentando escutar as pessoas até o final do raciocínio delas, sem interrompê-las. Mesmo discordando, mantenha a atenção ao que a pessoa fala. Faça perguntas sobre o assunto, busque entender o que a pessoa realmente está dizendo.

Saber escutar é o primeiro passo para lidar melhor com outra pessoa. Não preciso falar o quão comum são os erros de comunicação, não é mesmo? Aposto que você já passou por uma situação na qual o que disse foi mal interpretado ou a pessoa não te ouviu até o final e tirou conclusões precipitadas.

Por isso é tão importante escutar o que o outro diz até o final. No caso de dúvidas, ou quando percebemos que algo que foi falado mexeu com nossas emoções, é importante perguntar. Precisamos perguntar sobre o assunto falado, confirmar nossas ideias e só depois expressar uma opinião ou um ponto de vista.

Talvez você mude de opinião enquanto escuta os motivos que levaram alguém a dizer uma coisa ou outra. Vale a pena escutar.

5° passo — Aceitando emoções negativas

Agora é o momento de identificar suas emoções negativas, aceitando que elas existem. estou falando de medo, raiva, insegurança, ansiedade. Aceitando ou não a existência delas, elas têm o potencial de controlar o seu comportamento mesmo quando você acha que está no controle.

Por isso, em vez de negar que nós sentimos medo, raiva, ansiedade, ciúme, e tantas outras emoções negativas, precisamos aceitá-las e perceber quando elas estão acontecendo. As emoções são sinais do nosso cérebro sobre como estamos nos sentindo determinada situação.

Ao identificar a emoção conseguimos evitar agir seguindo apenas os impulsos que ela nos manda. Depois de identificar é o momento de pensar no porquê surgiram. Afinal de contas, se as emoções são mensagens, que informações elas estão querendo me passar?

Por fim, pensamos em como podemos trabalhar para mudar essa emoção ou aceitá-la da melhor forma possível até que a situação possa ser mudada. assim, essa etapa fica da seguinte forma:

Identificar a emoção => Entender porque surgiu => Pensar em como trabalhá-la

Para ficar mais claro, veja um exemplo: imagine que eu entreguei um relatório com dois dias de atraso e meu chefe chamou minha atenção. Isso fez com que despertasse um sentimento em mim em relação a ele e a situação. Em um primeiro momento eu fico com raiva das coisas que ele fala.

Se eu fosse levado pelo meu sentimento, a ação aqui seria atacar o meu chefe. Será que essa é uma boa ideia? Provavelmente não. Então, como lidar com essa emoção que acabou de aparecer?

Ao pensar sobre essa raiva em vez de simplesmente fazer o que ela me manda, talvez eu perceba que o sentimento correto não é raiva, mas sem vergonha. e a raiva só existe porque ele deixou claro que notou uma falha que me causa vergonha.

Se eu faço a análise dessa forma, consigo perceber que meu incômodo está em uma ação minha, e a forma de lidar com a vergonha é muito diferente de como eu lidaria com a raiva.

Você pode achar que esse tipo de coisa não acontece com você, mas por experiência clínica posso afirmar que sim, acontece. E digo mais: caso não perceba, isso é sinal de uma baixa habilidade de auto observação — normalmente essa é uma habilidade que temos déficit mesmo, mas a boa notícia é que ela pode ser desenvolvida em qualquer momento da vida.

6° passo — Se responsabilize

Por fim, a responsabilização. É preciso entender que você é responsável pelo seu futuro e que você pode escolher. Olhe para sua mente, veja o que te levou até onde você está, veja que decisões suas te levaram até esse caminho.

É claro que a sociedade em que você nasceu, a renda da sua família, a escola que você estudou, o contexto político do país e  várias outras coisas interferem na sua vida. Mas mesmo com isso, sempre existe um grau de responsabilidade naquilo que foi conquistado ou perdido.

É verdade que se você tivesse nascido herdeiro sua vida teria sido mais fácil. Mas aqui não estamos falando de grandes mudanças, mas sim daquilo que está ao nosso alcance. Existe um contexto social, existem estruturas de poder, mas mesmo dentro desse emaranhado de regras existe espaço para suas decisões.

Por isso, tente responder: será que se você tivesse tomado alguma decisão diferente no passo a sua vida hoje seria um pouquinho pior ou um pouquinho melhor? Pense em coisas pequenas que podem ser feitas diariamente, como estudar, se exercitar, nutrir bons relacionamentos etc.

Repare como o fato de a 7 anos atrás você ter tomado a decisão de parar de se exercitar afeta sua saúde hoje. Claro, é um exemplo hipotético, mas é uma forma de mostrar como existe, sim, algum nível de controle e de importância nas nossas escolhas diárias.

Terceiros podem atrapalhar sua vida, isso é verdade, e você pode sim colocar a culpa neles por muitas coisas, mas se seu pensamento terminar nesse ponto, apenas em colocar culpa em alguém, a sua vida também não vai para frente.

Então veja, não estou dizendo que você precisa aceitar o que as outras pessoas fazem com você e carregar um peso além do necessário assumindo responsabilidades que não são suas.

Não! O que você precisa se perguntar é: de que maneira você vai agir, com a sua responsabilidade, para resolver essa situação específica mesmo que ela tenha sido causada por terceiros?

Como podemos desenvolver Inteligência Emocional?

Bom, se você realmente tem interesse em desenvolver sua Inteligência Emocional, basta tentar seguir os passos que passei no tópico anterior. Contudo, você deve ter reparado que eles são um pouco complexos e exigem bastante treino.

Caso queira uma ajuda neste processo, assim como alguém querendo desenvolvimento muscular que busca um personal trainer, você pode contar com o trabalho de psicólogos. A psicoterapia é um serviço que em sua base está o estímulo ao desenvolvimento da Inteligência Emocional para lidar com conflitos e desafios do dia a dia.

A vantagem de procurar um profissional em vez de treinar sozinho é que você terá orientação e também será possível personalizar a explicação, os exemplos e as atividades a serem executadas para treino de acordo com as suas necessidades e os seus objetivos.

Se você gostou da ideia de contar com uma ajuda, eu estou disponível para isso. Basta clicar nesse link e marcar uma consulta.

SOBRE O AUTOR: Sou um psicólogo (CRP 04/51810) dedicado a ajudar pessoas a desbloquearem seu potencial máximo e alcançarem o sucesso em suas vidas. Minha missão é clara: eliminar as barreiras que impedem você de prosperar. Entendo que a jornada do desenvolvimento pessoal pode ser complexa, e é por isso que minha abordagem é sempre empática e flexível. Acredito que cada pessoa é única, com sua própria história, desafios e objetivos. Você não será rotulado aqui; em vez disso, exploraremos juntos o que está por trás de suas ações, pensamentos e aspirações. Com mais de 7 anos de experiência, estou comprometido em fornecer resultados tangíveis. Trabalho com abordagens baseadas em evidências, sempre considerando o contexto individual. Quer dar um passo em direção a uma vida mais plena e completa? Clique aqui e agende sua primeira consulta comigo!

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