Vamos falar sobre masculinidade tóxica?

Masculinidade tóxica

Masculinidade tóxica é o nome dado para um processo no qual o padrão social de masculinidade, ou seja, as expectativas que temos sobre o comportamento masculino, afetam negativamente a vida das pessoas.

Ela acontece quando os padrões sociais de masculinidade — força, agressividade, desejo insaciável por sexo, por exemplo — ditam o comportamento do homem. Mesmo não concordando, ou fazendo mal a si mesma, a pessoa se vê obrigada a agir de acordo com esses protocolos.

Quando um homem recusa a investida de uma mulher, por exemplo, ele é chamado de “gay”. Quando alguém provoca ou critica um homem ele tem a obrigação social de ser violento e atacar a pessoa, caso contrário é “mulherzinha”. Esses são dois exemplos clássicos da masculinidade tóxica.

Vamos falar mais sobre isso?

Masculinidade tóxica, por que existe?

Você já parou para pensar o quão cansativo seria se contestássemos tudo, absolutamente tudo, que está a nossa volta e tivéssemos que aprender e analisar as mesmas coisas todos os dias?

É como comer uma fruta nova. Quando vemos aquele “negócio” pela primeira vez precisamos ter cuidado: olhamos ao redor, passamos a mão, cheiramos, vemos se a casca pode ou não ser comida, observamos se existem sementes, se elas deveriam ser consumidas etc.

Esse processo de descoberta é longo e desgastante, mas necessário. É assim que aprendemos sobre o mundo no qual vivemos. Contudo, depois de conhecer determinada fruta, não despendemos mais tanto tempo analisando-a — pelo contrário, passamos a comê-la de uma maneira quase automática, já sabendo as etapas que devem ser seguidas.

Comer frutas talvez tenha alguma relação com a masculinidade

Este exemplo, por mais simples que possa ser, nos ajuda a entender que precisamos de padrões, regras, orientações e delimitações para que possamos viver. Seria exaustivo analisar cada coisa da nossa vida, cada detalhe, antes de decidir como vamos agir ou como vamos nos sentir.

Não contestamos se sair na rua e matar alguém é errado. Em vez disso, entendemos que é e seguimos essa regra, mesmo que nunca tenhamos parado para refletir sobre tal ação. Esse é o “poder” das instituições: a sociedade determina o comportamento e nós, como indivíduos, seguimos o que é adequado para o meio no qual vivemos.

A determinação social, as expectativas sociais, são para nós o que aquela primeira experiência com a fruta é. Se temos um grupo de comportamentos esperados de “homens” e “mulheres”, tudo o que precisamos fazer é seguir aquela cartilha.

Muito do que fazemos é fruto — se me permite o trocadilho — de padrões estabelecidos e seguidos a anos, décadas e até mesmo séculos.

Em outras palavras, a masculinidade tóxica existe porque os padrões de comportamento esperados de homens e mulheres nos forçam a agir de determinada maneira. Basta um adolescente do sexo masculino não gostar de futebol para que ele vire a piada da turma.

Vale a pena falar de masculinidade tóxica?

Masculinidade tóxica é um tema espinhoso. Sempre encontramos resistência quando vamos tocar em algum assunto que seja uma “verdade” para determinado grupo social, e esse é o caso.

Contudo, não é por algo ser tão enraizado socialmente que significa que isso não faça mal. A sociedade evolui, muda e se torna melhor a cada dia. Se não fosse por essa evolução, pelo enfrentamento das “verdades”, hoje talvez estivéssemos nos atacando com cimitarras em vez de conversar por essa telinha que está usando para ler este texto.

Com isso, quero dizer que por mais complicado que possa ser falarmos de desconstrução e de uma masculinidade mais saudável, isso é fundamental. Não só para a saúde e bem-estar dos homens, mas de toda a população, já que a toxicidade de alguns comportamentos afetam também a terceiros.

A liberdade masculina, por incrível que pareça, está justamente no enfrentamento a esses padrões.

Não é para acabar com a masculinidade

Mas olha, em momento nenhum eu quero, aqui, que nosso foco seja acabar com a masculinidade ou dizer que todos os comportamentos tipicamente masculinos são ruins e prejudiciais.

A proposta é outra: vamos pensar no caso a caso.

Em vez de pegar a “Cartilha do Macho” e seguir cada passo, vamos pensar no que é bom individualmente. No que a pessoa realmente, verdadeiramente, quer fazer e sente vontade de fazer.

O que precisamos é tirar as regras de que “isso é coisa de homem” e “isso é coisa de mulher”. Tudo bem se o homem quiser chorar, e tudo bem se ele não quiser. Tudo bem se ele quiser ficar com alguém, mas tudo bem se ele não quiser.

É esse o cerne, o âmago, da nossa discussão: colocar as vontades, desejos e anseios individuais acima dos estereótipos sociais.

Hora de dar o primeiro passo em direção a uma masculinidade saudável

Se a proposta não é acabar com a masculinidade, mas sim viver ela de uma maneira mais saudável, como podemos fazer isso? Eis que temos uma grande pergunta para responder, e uma resposta nada fácil para debater.

A solução para a masculinidade tóxica, como você deve imaginar, é justamente contestar. Em vez de fazer algo porque precisa ser feito, ou, porque é “coisa de homem”, precisamos pensar se realmente queremos fazer aquilo.

O medo de ser julgado, a constante cobrança social e a insegurança são os três inimigos desse processo. Por outro lado, não pensar em nossas vontades, naquilo que realmente queremos fazer, é a receita certa para perpetuar o ciclo da ansiedade, depressão e violência.

A masculinidade pode, e deve, ser saudável. Por isso, sempre tire um tempo para pensar nas coisas que realmente quer fazer. Reveja conceitos e questione se realmente gosta das coisas que faz ou se apenas age da forma como tem agido para evitar repressão dos amigos.

Tem algo para falar sobre a masculinidade tóxica? Vamos conversar aqui nos comentários!

SOBRE O AUTOR: Sou um psicólogo (CRP 04/51810) dedicado a ajudar pessoas a desbloquearem seu potencial máximo e alcançarem o sucesso em suas vidas. Minha missão é clara: eliminar as barreiras que impedem você de prosperar. Entendo que a jornada do desenvolvimento pessoal pode ser complexa, e é por isso que minha abordagem é sempre empática e flexível. Acredito que cada pessoa é única, com sua própria história, desafios e objetivos. Você não será rotulado aqui; em vez disso, exploraremos juntos o que está por trás de suas ações, pensamentos e aspirações. Com mais de 7 anos de experiência, estou comprometido em fornecer resultados tangíveis. Trabalho com abordagens baseadas em evidências, sempre considerando o contexto individual. Quer dar um passo em direção a uma vida mais plena e completa? Clique aqui e agende sua primeira consulta comigo!

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