Desenvolvimento pessoal é um termo bastante autoexplicativo. Damos esse nome ao processo de desenvolvimento de habilidades e competências (gerir as próprias emoções, ser mais produtivo etc.) necessárias para atingir determinado objetivo.
É por meio desse processo que conseguimos alcançar alguns marcos importantes em nossas vidas. Contudo, se desenvolver, fazer coisas novas, ganhar habilidades e pensar de uma forma diferente não é uma tarefa nem um pouco fácil.
O “universo” do Desenvolvimento pessoal é bastante amplo. Por isso, vou trazer neste texto alguns pontos de interseção entre a psicologia e esse processo, mostrando o que acontece na nossa vida e como podemos “melhorar” ou “fazer diferente”.
Se você quer saber como um bom psicólogo pode te ajudar no seu desenvolvimento e quais são as principais “barreiras e desafios” que terá que enfrentar em seu crescimento, continue a leitura!
Índice
- Habilidades de comunicação: o primeiro passo do sucesso
- Compreendendo e cultivando a inteligência emocional
- Treino de Habilidades Sociais: como melhorar seus relacionamentos
- A primeira barreira para o sucesso: a Síndrome do Impostor
- O peso da ansiedade e a ruminação mental
- Procrastinação: o mal do “depois eu faço”
- A autoestima é a nossa base
- Falta de objetivos claros e a vida perdida
- Habilidades de organização e gestão de tempo
- Tomando decisões com assertividade: o caminho para uma vida satisfatória
- Perfeccionismo e o medo de errar
- O que fazer com essas informações?
Habilidades de comunicação: o primeiro passo do sucesso
Provavelmente a habilidade mais incrível do ser humano em relação a outros animais é nossa capacidade de nos comunicarmos. Diferentemente de outras espécies, temos “sons” específicos (fonemas) para descrever praticamente tudo ao nosso redor — sejam itens concretos, como uma bola, ou simbólicos, como valores, moral etc.
A linguagem está presente em 100% das relações humanas, mesmo quando estamos sozinhos. Inicialmente podemos dividir a comunicação em dois grandes campos: a interpessoal e a intrapessoal.
A comunicação interior: como “pensamos em “palavras”
Desde o momento em que acordamos até quando fechamos os olhos à noite, estamos constantemente envolvidos em um processo intrapessoal fascinante: a comunicação com nós mesmos. Essa “linguagem interior” é a voz interna que narra nossos pensamentos, reflexões e até mesmo nossas dúvidas. Ela é a base do nosso processo de tomada de decisão, autorreflexão e autorregulação emocional.
Imagine-se enfrentando uma situação desafiadora no trabalho. Antes de tomar qualquer ação, você provavelmente inicia uma conversa interna, avaliando prós, contras e emoções associadas. Essa “autoconversa” é essencial para a tomada de decisões assertivas e o gerenciamento de emoções, aspectos cruciais do desenvolvimento pessoal e profissional.
A comunicação interpessoal: como escutamos e somos ouvidos
A comunicação interpessoal é o alicerce das nossas interações sociais. Ela engloba como nos expressamos verbal e não verbalmente, e como interpretamos a comunicação dos outros ao nosso redor. Vamos analisar alguns aspectos específicos da comunicação interpessoal e como eles podem impactar nossas relações:
- Linguagem corporal: Imagine estar em uma reunião de trabalho. Você está apresentando uma ideia, mas seu colega está olhando para baixo e mexendo no celular. Esses gestos podem sinalizar desinteresse ou discordância, criando um obstáculo para a compreensão mútua;
- Tom de voz: Pense em como o tom de voz pode transmitir diferentes emoções. Um elogio dado com entusiasmo soa muito diferente de uma crítica dita com sarcasmo. O tom de voz é uma ferramenta poderosa para expressar nossos sentimentos e intenções, ou mesmo para “tocar” em assuntos difíceis;
- Expressões faciais: O rosto humano é um livro aberto de emoções. Com certa facilidade conseguimos identificar alguns estados mentais em uma pessoa apenas pelas suas expressões — medo e raiva são excelentes exemplos disso. Por isso, o que mostramos em nosso rosto é tão importante quanto o que sai pela nossa boca;
- Escolha de palavras: A seleção das palavras que usamos pode impactar profundamente a eficácia da nossa comunicação. Uma mesma solicitação pode ser educada e simpática ou arrogante e em tom de ordem. Mesmo que o objetivo seja o mesmo, a escolha de palavras muda a forma como a mensagem é recebida pela outra parte;
- Contexto: A compreensão do contexto é fundamental. Imagine discutir um projeto em uma reunião formal versus em uma conversa descontraída à beira da piscina. A forma como nos comunicamos varia dependendo do ambiente, da situação e da pessoa com quem falamos.
Comunicação como espelho do desenvolvimento pessoal
A forma como nos comunicamos é um reflexo direto do nosso desenvolvimento pessoal. Se lutamos com baixa autoestima, isso pode se manifestar em nosso discurso interno, minando nossa confiança. Se não sabemos como expressar nossas necessidades de forma eficaz, nossos relacionamentos podem sofrer.
A psicologia nos ensina a reconhecer essas áreas problemáticas e trabalhar nelas. Terapia e aconselhamento psicológico, por exemplo, frequentemente abordam questões de comunicação para melhorar relacionamentos e a qualidade de vida geral dos indivíduos.
Isso é feito por meio de role plays — um treino de comunicação durante as consultas —, conteúdos teóricos — quase como uma aula interativa — e bastante prática na sua rotina de acordo com objetivos combinados antes com seu psicólogo.
A comunicação é um fio condutor que perpassa todo o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Ela está presente em nossos pensamentos, relacionamentos e interações diárias. Compreender como a comunicação funciona, tanto dentro de nós mesmos quanto entre nós e os outros, é fundamental para promover um crescimento pessoal saudável e eficaz.
Compreendendo e cultivando a inteligência emocional
Inteligência emocional é a habilidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções, bem como a capacidade de reconhecer e influenciar as emoções dos outros. É um conceito que abrange cinco componentes-chave:
- Autoconsciência: capacidade de reconhecer e compreender as próprias emoções. Isso envolve estar ciente de como você se sente e por que se sente dessa forma;
- Autorregulação: controlar suas emoções e reações de maneira adequada. Isso não significa reprimir as emoções, mas sim gerenciá-las de forma construtiva;
- Motivação: capacidade de canalizar suas emoções para alcançar objetivos. Isso envolve manter o foco, a energia e a determinação, mesmo em face de desafios;
- Empatia: habilidade de compreender as emoções dos outros e mostrar compaixão. Isso é fundamental para construir relacionamentos interpessoais sólidos;
- Habilidades Sociais: Envolve a capacidade de se relacionar eficazmente com os outros, comunicar-se de forma clara e resolver conflitos de maneira construtiva.
Inteligência emocional aplicada ao desenvolvimento pessoal
A inteligência emocional é uma ferramenta valiosa no desenvolvimento pessoal e profissional. Ao cultivá-la, uma pessoa se torna mais autoconsciente, capaz de entender suas motivações e gerenciar suas emoções. Isso leva a um maior autocontrole, resiliência emocional e bem-estar psicológico.
Já no âmbito dos relacionamentos interpessoais, a empatia e as habilidades sociais “fortalecidas” pela inteligência emocional favorecem a construção de relacionamentos saudáveis, colaborativos e duradouros tanto em sua vida pessoal quanto profissional.
Pensando no crescimento profissional, também é importante lembrar que aqueles que possuem inteligência emocional são muitas vezes líderes mais eficazes. Eles são capazes de se comunicarem verdadeiramente com sua equipe, entendendo os anseios das pessoas e conciliando questões individuais com os objetivos da organização.
Quando somos aptos a pensar melhor sobre nós mesmos e considerar as emoções e comportamentos dos outros antes de agir, tendemos a tomar decisões com mais informações e maior assertividade. Isso é especialmente importante em ambientes sociais, como o trabalho, a faculdade e grupos de amigos.
Regulação emocional: o elo com a Inteligência Emocional
A regulação emocional está intrinsecamente ligada à inteligência emocional. Ela envolve a habilidade de controlar e direcionar emoções de maneira construtiva. Por meio desse processo, uma pessoa pode:
- Lidar com o estresse de maneira eficaz;
- Evitar reações impulsivas em situações emocionais;
- Manter a calma sob pressão;
- Adaptar-se a mudanças com flexibilidade emocional.
Aqui, a psicologia desempenha um papel fundamental, pois ajuda as pessoas a compreenderem suas emoções, identificar gatilhos emocionais e desenvolver estratégias saudáveis de regulação emocional.
Treino de Habilidades Sociais: como melhorar seus relacionamentos
Você já se sentiu inseguro, nervoso ou desconfortável em alguma situação social? Já teve dificuldade para expressar o que pensa, sente ou deseja? Já se envolveu em conflitos ou mal-entendidos com outras pessoas? Se respondeu sim a alguma dessas perguntas, saiba que não está sozinho. Muitas pessoas enfrentam problemas para se comunicar e se relacionar com os outros, e isso pode prejudicar o seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Para evitar esses problemas, é preciso desenvolver uma habilidade essencial: a habilidade social. Essa habilidade é a capacidade de se comportar de forma adequada nas situações sociais, respeitando os próprios direitos e interesses, e também os direitos e interesses dos outros. É a capacidade de ser assertivo, ou seja, de defender o seu ponto de vista, sem ser passivo ou agressivo.
As habilidades sociais são fundamentais para a nossa qualidade de vida, pois influenciam diretamente as nossas interações sociais. Pessoas com boas habilidades sociais conseguem estabelecer relações mais saudáveis, harmoniosas e duradouras com os outros. Elas também têm mais autoconfiança, autoestima e satisfação pessoal. Além disso, essa pessoas têm mais chances de alcançar o sucesso em suas atividades, pois sabem como negociar, cooperar, liderar e resolver problemas.
Por outro lado, pessoas com habilidades sociais precárias podem sofrer com uma série de sentimentos e sensações negativas por não saberem como se portar em ambientes sociais. Isso leva a evitação de situações nas quais a pessoa se sente exposta — participar de um congresso, por exemplo — e prejuízos graves na interação e desenvolvimento de relações pessoais, profissionais e amorosas.
Mas como desenvolver as habilidades sociais? Existe uma forma de aprender e aprimorar essa capacidade? A resposta é sim. A psicologia nos oferece uma ferramenta poderosa para isso: o Treino de Habilidades Sociais.
O que é o Treino de Habilidades Sociais?
O Treino de Habilidades Sociais é uma intervenção psicológica que visa ensinar e treinar as pessoas a se comportarem de forma mais assertiva e eficaz nas situações sociais.
Esse treino é baseado em técnicas de aprendizagem e modificação comportamental, que envolvem modelagem, instrução, feedback, reforço, ensaio e generalização. O objetivo é que a pessoa aprenda a identificar e a modificar os seus padrões de comportamento social, de acordo com as demandas e as expectativas de cada situação.
Como é feito o Treino de Habilidades Sociais?
O Treino de Habilidades Sociais pode ser feito individualmente ou em grupo, dependendo das necessidades e dos objetivos de cada pessoa. O processo é conduzido por um psicólogo, que atua como facilitador e orientador — esse processo é um pouco diferente da psicoterapia.
O Treino de Habilidades Sociais é dividido em etapas, que podem variar de acordo com o método e o público-alvo. De forma geral, as etapas são as seguintes:
- Avaliação: é feita uma avaliação inicial da pessoa, para identificar as suas dificuldades, as suas metas e as suas expectativas em relação ao treino. Nessa etapa, são utilizados instrumentos como entrevistas, questionários, observações e testes.
- Planejamento: elaboração de um plano de intervenção, definindo os objetivos, as habilidades a serem trabalhadas, as estratégias a serem utilizadas e os critérios de avaliação. O plano é discutido e acordado com a pessoa, que deve se comprometer com o processo.
- Execução: aplicação de técnicas de treino, que podem incluir simulações, dramatizações, jogos, exercícios, vídeos, áudios, entre outras. O psicólogo fornece feedback, reforço e orientação à pessoa, que deve praticar as habilidades durante as sessões e aplicá-las na vida real.
- Acompanhamento: é feita uma avaliação final da pessoa, para verificar os resultados obtidos, os pontos fortes e os pontos a melhorar. Nessa etapa, são utilizados os mesmos instrumentos da avaliação inicial, para comparar o desempenho antes e depois do treino.
- Manutenção: acompanhamento da pessoa, para verificar a manutenção dos resultados e a generalização das habilidades para outras situações. Nessa etapa, podem ser realizadas sessões de reforço, revisão e orientação.
Como a psicologia e o trabalho de um psicólogo podem ajudar?
O Treino de Habilidades Sociais oferece um meio de intervenção eficaz e comprovada cientificamente. O psicólogo pode auxiliar a pessoa a reconhecer e a superar as suas dificuldades, a aprender e a praticar as habilidades necessárias, a aumentar a sua autoconfiança e autoestima, a melhorar os seus relacionamentos e a sua qualidade de vida.
Esse modelo de treino é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento pessoal, pois permite que a pessoa se comunique e se relacione melhor com os outros, de forma assertiva, respeitosa e satisfatória, bem como consiga se expor a situações sociais sentindo menos incômodos ou até obtendo satisfação durante esses momentos.
A primeira barreira para o sucesso: a Síndrome do Impostor
Imagine estar em uma sala cheia de pessoas talentosas, todas reconhecidas por suas excelentes habilidades em alguma área. Você acabou de conquistar um prêmio por seu trabalho excepcional. Enquanto todos aplaudem, uma voz interior começa a sussurrar: “Eles vão descobrir que você não merece isso. Foi só sorte. Você não é tão competente quanto eles pensam.”.
Esses pensamentos, familiares para muitos, são um exemplo vívido dos pensamentos que frequentemente assombram aqueles que sofrem da Síndrome do Impostor. Você pode se pegar questionando suas próprias habilidades e conquistas, sentindo que, de alguma forma, você não merece o sucesso que alcançou.
Se esses pensamentos ressoam com você, saiba que você não está sozinho. Muitas pessoas enfrentam essa condição psicológica chamada Síndrome do Impostor. Mas lembre-se, esse nome é apenas didático. A Síndrome do Impostor não é uma doença, mas sim uma descrição de comportamentos comuns que muitos de nós experimentamos em nossa sociedade competitiva.
Tão acostumados a nos comparar e consumir recortes cada vez mais perfeitos da realidade — isso que são as redes sociais: vidas editadas para parecerem perfeitas — tendemos a aumentar nossa insegurança, o que nos leva a questionar toda nossa competência enquanto pessoas e profissionais.
Pense aqui comigo: se no vídeo Y o fulano mostra a rotina super produtiva dele, é óbvio que aquilo foi editado para tirar as coisas que a pessoa gostaria de esconder. Talvez esse fulano omita a pausa para o café, a soneca depois do almoço, o tempo no celular etc.
O problema é que comparamos a nossa vida, uma vida real, com essa “edição”. Pouco a pouco, ao fazer esse paralelo, passamos a duvidar de nossos conhecimentos e competências.
Quando a autoestima cai, começamos a enxergar nossos méritos como mera sorte e temos receio de que as pessoas ao redor descubram que somos “fraudes” e “incompetentes”. Esse medo nos faz recuar frente novos desafios, questionar nossa trajetória, ignorar pequenos avanços e atrelar a sorte ou ao acaso nossos acertos.
Uma luz no fim do túnel
A síndrome do Impostor não precisa ser sua ruína. Como falei, esse termo é apenas para a didática e na prática os “sintomas” da Síndrome do Impostor são comportamentos aprendidos, principalmente em função da sociedade na qual vivemos.
Isso significa que novos aprendizados são possíveis, como lidar com as comparações, com nossos pensamentos e com nossas emoções. Deste modo, podemos não só nos sentir melhor, como também nos livrar definitivamente da Síndrome do Impostor.
A produção de uma autoestima saudável passa por um longo trabalho, normalmente acompanhado por um psicólogo, para que você consiga perceber suas reais competências e fazer comparações de forma mais saudável, aceitando novos desafios e continuando a se desenvolver diariamente.
O peso da ansiedade e a ruminação mental
A ansiedade é um estado psicológico natural ativado ao percebermos uma ameaça imediata — como um cachorro rosnando e sem coleira — ou futura — quando temos medo de uma enchente, por exemplo.
Esse é um estado mental que todos vamos ter contato alguma vez na vida. Apesar disso, em alguns casos esse estado se torna crônico, ou seja, as crises de ansiedade são frequentes e atrapalham a rotina e os planos da pessoa. É aí que começam os problemas relacionados à ansiedade.
O que acontece na mente e no corpo de alguém ansioso?
Vamos pensar com lógica aqui. Olha, a ansiedade é uma resposta a uma situação de ameaça, correto? Sendo assim, podemos dizer que ela é um sinalizador que prepara nosso corpo para alguma situação de risco — seja ele real ou imaginário.
Sendo assim, podemos pensar em algumas coisas que acontecem com nossa mente e o nosso corpo nesse período. Alguns exemplos são:
- Pensamentos catastróficos ocorrem, a pessoa começa a antecipar o pior cenário possível, mesmo que seja altamente improvável — diante de uma apresentação importante a pessoa pode se imaginar esquecendo o conteúdo ou sendo criticada;
- Ruminação sobre preocupações, onde a mente fica presa em pensamentos ansiosos, dificultando a concentração e o raciocínio claro — mesmo tendo outras prioridades, o pensamento da pessoa fica focado naquela catastrofização criada;
- Ativação fisiológica, como aumento da frequência cardíaca, sudorese e tensão muscular, como parte da resposta “lutar ou fugir”.
Veja que interessante: tudo que envolve a ansiedade tem relação com se preparar para os piores cenários e deixar o corpo pronto para lutar ou fugir, se necessário. Isso faz bastante sentido se pensarmos na época em que o ser humano era nômade e precisava ter cuidado com mudanças climáticas, falta de alimento e ataque de animais.
Na nossa sociedade isso já não existe mais, mas outras coisas têm essa mesma função de “ameaça”. Em vez de animais, temos nossa honra. No lugar de mudanças climáticas, temos avaliação de desempenho. Em vez de risco da fome, temos entrevistas de emprego e conversas difíceis com nosso parceiro.
É natural ter algum grau de ansiedade nesses contextos. São questões que geram, sim, impacto em nossas vidas. Mas é muito importante que a ansiedade seja só um sinalizador, um aviso de que alguma ameaça está se aproximando. Quando ela se torna recorrente e tira o foco do restante das coisas, aí temos o início de uma ansiedade patológica.
O impacto da ansiedade no desenvolvimento pessoal e profissional
A ansiedade não tratada pode ter um impacto significativo nas vidas das pessoas. Principalmente quando a resposta escolhida é a de “fuga” das situações nas quais esse estado mental “dispara”.
Alguns exemplos do impacto da ansiedade crônica ou patológica no Desenvolvimento Pessoal e Profissional são:
- Isolamento social: a ansiedade pode levar ao isolamento, à evitação de situações sociais e à dificuldade em construir relacionamentos pessoais e profissionais sólidos;
- Procrastinação: a preocupação constante e o medo do fracasso podem levar à procrastinação, prejudicando a produtividade e o crescimento pessoal;
- Baixa autoestima: a autocrítica incessante da ansiedade pode minar a autoestima, fazendo com que as pessoas duvidem de suas habilidades e conquistas;
- Impacto físico: a ansiedade crônica pode levar a problemas de saúde, como insônia, depressão, dores de cabeça e problemas gastrointestinais — como a síndrome do intestino irritado.
A ajuda da psicologia: superando a ansiedade
Ansiedade é um dos temas mais estudados pela Psicologia nos últimos anos, e existe um motivo para isso. O número de pessoas que sofrem com a ansiedade patológica só tem crescido e o Brasil é o país do mundo com maior prevalência desse mal.
Graças a isso a Psicologia desenvolveu uma variedade enorme de técnicas e estratégias clínicas para manejo da ansiedade.
Um psicólogo pode te ajudar a entender os gatilhos da sua ansiedade, criar estratégias de enfrentamento, ver novas alternativas para lidar com os desafios diários e utilizar técnicas de alívio, concentração, relaxamento e mindfulness para os momentos de crise.
Procrastinação: o mal do “depois eu faço”
A procrastinação é o hábito de adiar tarefas ou decisões importantes, muitas vezes escolhendo atividades menos relevantes ou mais prazerosas em vez de lidar com o que realmente importa. É uma armadilha comum que muitos enfrentam em suas vidas pessoais e profissionais.
Em diversas situações, a procrastinação pode ser uma maneira de evitar sentimentos negativos relacionados à tarefa em questão. Isso ocorre, por exemplo, quando temos que abordar alguém para uma conversa, mas, devido à natureza delicada do assunto ou ao medo de como a outra pessoa reagirá, acabamos adiando..
O problema de adiar os problemas
Adiar uma tarefa pode até gerar algum grau de alívio no momento, mas o preço que pagamos por isso é alto. A procrastinação pode ter um impacto significativo em várias áreas da vida:
- Estresse e ansiedade: adiar tarefas frequentemente leva a sentimentos de ansiedade e estresse, especialmente quando os prazos se aproximam;
- Baixa produtividade: tarefas adiadas constantemente resultam em baixa produtividade, afetando o desempenho no trabalho, nos estudos e até mesmo nas tarefas diárias;
- Perda de oportunidades: procrastinar pode levar à perda de oportunidades pessoais e profissionais, já que decisões e ações importantes são postergadas;
- Impacto na autoestima: a procrastinação crônica pode prejudicar a autoestima, fazendo com que a pessoa se sinta ineficaz e desmotivada.
“Eu não quero procrastinar, só acontece”, mas tem solução
A procrastinação pode, por vezes, ser planejada e intencional, mas na prática, a realidade geralmente difere. Muitas vezes, nos sentimos mal por procrastinar, prometemos a nós mesmos que vamos mudar no dia seguinte e, então, acabamos procrastinando novamente.
Esse ciclo pode sair do controle ao ponto de a pessoa depender unicamente de prazos. Se o prazo estiver prestes a vencer, ela realiza a tarefa; caso contrário, deixa de lado. Quando a procrastinação atinge esse estágio, é crucial considerar a busca por ajuda profissional.
A Psicologia oferece ferramentas eficazes para lidar com os processos de procrastinação e seus efeitos colaterais, como ansiedade e estresse. Alguns dos aspectos explorados durante uma terapia eficaz incluem:
- Autoconhecimento: um psicólogo pode ajudar a pessoa a entender as razões subjacentes para sua procrastinação, seja medo do fracasso, perfeccionismo ou falta de motivação;
- Definir metas claras: estabelecer metas bem definidas e dividir tarefas em etapas menores torna as responsabilidades mais gerenciáveis e menos assustadoras;
- Estratégias de gestão do tempo: um psicólogo pode ensinar técnicas de gerenciamento do tempo, como a técnica pomodoro, para melhorar o foco e a produtividade;
- Mudança de hábitos: a psicologia comportamental pode ajudar a substituir hábitos de procrastinação por comportamentos mais produtivos;
- Apoio e responsabilidade: ter um psicólogo como um parceiro de apoio pode manter a pessoa responsável por suas metas e progresso;
- lidar com barreiras emocionais: a procrastinação muitas vezes está ligada a emoções negativas. um psicólogo pode ajudar a lidar com essas emoções de maneira saudável.
A autoestima é a nossa base
Você sabe como é alguém que vive sob o peso constante da baixa autoestima? Essa pessoa teme cometer erros, está constantemente preocupada com o que os outros pensam, receia tentar coisas novas e não está satisfeita consigo mesma, seja no trabalho, na aparência ou na interação com os outros. Esse quadro, comum entre muitos, é uma prisão invisível que pode sufocar o desenvolvimento pessoal e profissional.
Os ecos da baixa autoestima: uma jornada de comportamentos limitantes
Esses comportamentos podem criar um ciclo de autocrítica implacável e auto-dúvida que tem implicações profundas:
- Medo de errar: o receio constante de cometer erros impede a tomada de riscos e o aprendizado através da experiência;
- Medo do julgamento: preocupações sobre o que os outros pensam frequentemente paralisam a pessoa, inibindo a expressão autêntica de suas ideias e emoções;
- Insatisfação crônica: a insatisfação com o próprio trabalho, aparência ou habilidades prejudica a motivação para fazer mudanças positivas;
- Barreiras invisíveis: esses comportamentos criam uma barreira invisível que impede a pessoa de se apresentar para novas experiências e oportunidades de desenvolvimento, mantendo ela “parada no tempo”, com uma autoestima pior a cada dia.
É possível se aceitar?
Imagine a sua autoestima como uma estrada. Às vezes, essa estrada pode parecer cheia de buracos e obstáculos. Isso acontece porque a forma como vemos a nós mesmos e o mundo ao nosso redor é moldada por nossas experiências de vida.
Esse é o “truque”: você foi treinado para ver a si mesmo dessa maneira. Não foi um treinamento intencional, mas ao longo do tempo, a vida te ensinou a não gostar do que vê no espelho, a temer o julgamento dos outros e a evitar riscos.
Mas há uma boa notícia: assim como a autoestima foi moldada por um processo de treinamento, você pode treiná-la de forma diferente. É aí que entra a ajuda dos psicólogos.
É importante entender as raízes do que te leva a agir e pensar dessa maneira. Identificar as crenças disfuncionais que estão por trás disso é o primeiro passo. Depois, você pode testar cada uma delas e criar respostas mais saudáveis para as situações do dia a dia.
Gradualmente, é possível construir uma autoimagem mais positiva. Isso significa reconhecer seus talentos e conquistas, ao mesmo tempo em que aceita suas falhas sem se sentir sobrecarregado.
Em outras palavras, para aqueles que enfrentam desafios de autoestima, a psicoterapia pode ser como um impulso para o desenvolvimento pessoal. Ela oferece uma nova perspectiva de vida, uma nova “lente” pela qual você pode olhar o mundo e ter interpretações mais positivas, sendo mais gentil consigo mesmo.
Falta de objetivos claros e a vida perdida
Imagine o desenvolvimento pessoal e profissional como uma viagem emocionante. Agora, antes de começar a jornada, você precisa responder a uma pergunta crucial: para onde exatamente você está indo?
Ter objetivos claros é como traçar o mapa que guiará sua jornada. Onde você deseja chegar? Quais são os objetivos que você busca alcançar? Quais valores são como bússolas, orientando-o na direção certa? E, igualmente importante, o que você não está disposto a sacrificar ao longo do caminho?
Sem respostas para essas perguntas, há o risco real de investir tempo e esforço em algo que talvez não esteja alinhado com seus desejos e aspirações. Em situações assim, a motivação murcha rapidamente. Afinal, é difícil manter o ânimo quando não há clareza sobre o que se busca.
Pensar antes de agir: o primeiro passo rumo ao desenvolvimento
A definição de objetivos é o primeiro passo no caminho do desenvolvimento pessoal e profissional. Não existe desenvolvimento real sem que seus destinos estejam bem delineados. E, para alcançar essa clareza, é fundamental sentar-se, talvez em uma cadeira confortável, e fazer as perguntas mencionadas anteriormente.
No entanto, nem sempre será fácil identificar seus objetivos. Às vezes, nossa visão fica obscurecida pelos vieses moldados por nossa história de vida, como mencionei anteriormente no contexto da autoestima.
Nessas situações, a Psicologia entra em ação de forma ativa. Os psicólogos fazem perguntas direcionadas, criando um caminho para a ação. Esse processo ajuda a descobrir onde você deseja chegar e quais etapas são necessárias para chegar lá, permitindo que você avalie se o esforço vale a pena em relação aos resultados desejados.
O resultado dessa colaboração é um plano de ação sólido, que você poderá seguir adiante, seja com o auxílio do psicólogo ou por conta própria. Com metas definidas e um caminho claro, você estará pronto para empreender sua jornada de desenvolvimento.
Habilidades de organização e gestão de tempo
Vamos falar sobre duas habilidades fundamentais: organização e gestão do tempo, que muitas vezes são referidas como “soft skills”. Estas são habilidades cruciais para a vida, tanto pessoal quanto profissional, e, acredite, embora pareçam simples, não são tão intuitivas quanto pensamos.
O funcionamento do nosso cérebro pode dificultar a identificação de problemas em organização e gestão de tempo, então aqui estão algumas perguntas úteis para avaliar suas habilidades nesses aspectos:
- Com que frequência esqueço algo importante que precisava fazer?
- Já fui repreendido por esquecer de fazer algo?
- Sei com precisão o que está em cima da minha mesa ou no meu guarda-roupas?
- Às vezes, subestimo o tempo necessário para uma atividade e acabo gastando muito mais tempo do que o previsto?
- Com que frequência “perco a noção do tempo” durante uma tarefa e tenho que correr para não me atrasar para a próxima?
- Alguém já me disse que estou sempre atrasado? Com que frequência isso acontece?
- Costumo ser um dos últimos a chegar nos lugares?
Responder a essas perguntas, que se concentram em situações reais, pode oferecer insights sobre o seu nível de organização pessoal, gestão de tempo e organização do ambiente.
Uma pitada de organização no desenvolvimento pessoal
Por que isso é relevante para o desenvolvimento pessoal? Bem, imagine que você está trabalhando em um objetivo importante. Para transformar esse objetivo em realidade, é necessário ter controle e planejamento em sua vida, desde a rotina diária até ações futuras.
Ter boas habilidades de organização e gestão de tempo é como ter um guia para atingir seus objetivos. Isso envolve a capacidade de planejar, monitorar seu progresso, tomar decisões eficazes e gerenciar o tempo de forma eficiente.
Aprender para crescer
Lembre-se, organização e gestão de tempo são habilidades que podem ser aprendidas. É como aprender a usar um celular ou dominar um novo idioma – você precisa entender como fazer isso primeiro.
Se nunca teve a chance de aprender essas habilidades, não se preocupe. Em sessões de psicoterapia você pode explorar como essas habilidades funcionam e aprender uma variedade de técnicas, desde métodos específicos, como a técnica Pomodoro ou ferramentas de organização, até estratégias personalizadas adaptadas às suas necessidades.
O objetivo é equipá-lo com as habilidades necessárias para enfrentar os desafios da vida com confiança e eficácia.
Tomando decisões com assertividade: o caminho para uma vida satisfatória
Você já ouviu a famosa frase “a vida é feita de escolhas“? É uma realidade incontestável — a cada momento, estamos fazendo escolhas. Mesmo quando optamos por não tomar uma decisão, na verdade estamos fazendo uma escolha passiva.
Dado que a vida está repleta de escolhas, faz sentido buscar a habilidade de tomar boas decisões, ou melhor ainda, decisões assertivas. Essas são aquelas que nos ajudam a avançar em direção ao nosso desenvolvimento pessoal, a defender nossos interesses, mas sem prejudicar ou ferir outras pessoas.
Isso não só gera uma vida mais satisfatória, como reduz nossos arrependimentos por inação ou escolhas equivocadas.
A questão é: como podemos escolher sabiamente?
A escolha sobre as questões da sua vida sempre será sua. Contudo, um psicólogo pode te ajudar a desenvolver a habilidade para fazer essas escolhas.
Não é que o psicólogo saiba o que você deveria escolher. Muito pelo contrário. O que ele sabe é que boa parte das nossas decisões ou passividades são fruto de crenças disfuncionais, gatilhos emocionais ou falta de clareza sobre seus valores e objetivos.
Para ficar mais claro, pense no seguinte cenário: você é convidado para uma festa. Imediatamente pensa em como esse é um ambiente cheio de pessoas. Ao se imaginar interagindo com elas sente seu coração disparar, uma tontura e falta de ar.
Diante desse cenário, é muito provável que você recuse o convite. Mas… será que essa era a melhor decisão ou ela foi tomada com base em um sentimento que você teve naquele momento?
É justamente aí que o psicólogo poderá te ajudar. Ao identificar os elementos que passam pela nossa mente e refletir sobre eles individualmente, ficamos mais calmos para tomar decisões.
Depois, só precisamos de um “mapa”, ou seja, olhar para nossos valores e objetivos e escolher de forma consciente.
Perfeccionismo e o medo de errar
Muitos de nós cresceram ouvindo que “a busca pela perfeição é louvável” e que “devemos sempre fazer o nosso melhor”. No entanto, quando analisamos o perfeccionismo de perto, percebemos que, na realidade, ele pode ser uma armadilha que nos impede de crescer, tanto pessoal como profissionalmente.
Na sociedade, o perfeccionismo é muitas vezes aplaudido, mas na prática, ele pode ser prejudicial. Aqueles que convivem com o perfeccionismo evitam começar novos projetos ou desafios, temendo que não possam alcançar a perfeição. Esse medo de errar os paralisa e impede que se aventurem fora de suas zonas de conforto.
A paralisia do medo de errar
O medo de cometer erros é um dos motores do perfeccionismo. As pessoas que sofrem com isso podem adiar tarefas ou evitar assumir responsabilidades que impliquem riscos. Isso resulta em uma falta de progresso e crescimento pessoal, já que as oportunidades de aprendizado são desperdiçadas.
O papel da psicologia: quebrando as correntes do perfeccionismo
A primeira “guinada” para sair desse caminho é entender que a busca pela perfeição é muitas vezes inatingível e que os erros são uma parte natural do crescimento. Ao enfrentar essas questões subjacentes de medo de errar e de ser julgado, a pessoa pode aprender a abraçar desafios, cometer erros e crescer com eles.
A psicologia proporciona um espaço seguro para explorar esses medos e inseguranças, desenvolver a autoestima e a confiança, e, finalmente, romper com o ciclo do perfeccionismo. O resultado é uma jornada de desenvolvimento pessoal e profissional mais equilibrada, onde a busca pela excelência se alinha com a aceitação da imperfeição humana.
O que fazer com essas informações?
Para investir no seu desenvolvimento pessoal, primeiro preste atenção em todos os tópicos tratados no texto e busque identificar quais deles estão presentes na sua vida, em maior ou menor grau.
Depois, encontre a principal barreira para o seu desenvolvimento. É a ansiedade? O Perfeccionismo? Talvez medo de falar em público? Descubra qual é o seu desafio a ser superado.
Ao fazer isso, busque um plano de ação para desenvolver as habilidades necessárias para superar esse entrave. Registre seu passo a passo e execute um passo por dia. A consistência é mais amiga do resultado do que o esforço intenso.
E, claro, se precisar de ajuda ao longo desse processo, lembre-se que a Psicologia tem ferramentas excelentes para te auxiliar. Um psicólogo capacitado pode te dar suporte em cada uma dessas etapas, desde fazer um diagnóstico dos seus desafios à traçar e executar um plano de ação personalizado para você.
Se quiser conhecer um pouco mais sobre esse trabalho, e quem sabe marcar uma consulta comigo, basta clicar aqui!