Alcoolismo é o nome dado para o consumo excessivo de álcool. Ele é considerado uma doença crônica (de longa duração), de difícil tratamento e caracterizado pela dependência química.
Hoje, 68,7% dos brasileiros já fizeram uso de álcool. Destes, 11,2% são dependentes (dados retirados do site da CISA). Em função disso, podemos dizer que o álcool é a droga mais consumida no país.
Em um cenário como esse, será é possível tratar o alcoolismo e dar uma vida melhor para os alcoólatras? É sobre isso que falarei hoje. Acompanhe!
Por que o alcoolismo existe?
A dependência química, independentemente de qual seja, sempre é gerada por diversos fatores. Isso inclui a genética, a cultura, os relacionamentos, o efeito que a droga causa e diversos outros fatores, como os famosos comportamentos compensatórios.
O problema da legalização
No caso do álcool, temos um problema um pouco mais grave. Essa droga é lícita no Brasil e a propaganda é liberada. Isso causa a sensação de que ele — o álcool — é uma substância mais branda e que não faz mal ser utilizada.
Veja bem: não é que uma droga legalizada seja o problema. Pelo contrário, as experiências ao redor do mundo nos mostram que a legalização tende a reduzir o consumo DESDE QUE ESTEJA ACOMPANHADA DE PROPAGANDA NEGATIVA. Exatamente como acontece com o cigarro.
No caso do álcool, até 5 anos atrás tínhamos não só propagandas favoráveis ao consumo, como existia uma associação do álcool a momentos de felicidade, diversão, calor, praia, mulheres e homens belos em trajes de nado. Existia um estímulo publicitário ao consumo de álcool.
O convívio social ajuda (ou atrapalha)
Isso é tão verdade que ela é comumente associada a festas, comemorações e momentos felizes. Afinal de contas, não existe churrasco bom sem o acompanhamento de uma bela caixa de cerveja, não é mesmo? Na verdade não, mas provavelmente você respondeu “sim”, já que é o que nossa cultura nos ensina.
Pensar em álcool é, também, pensar em encontro com os amigos, ir para a balada, conhecer pessoas e, principalmente, relaxar bastante. Essa associação é bem perigosa, porque passa a ideia de que o consumo da droga pode ser feito sempre que houver um encontro social.
Influência genética
Para que uma pessoa realmente se torne dependente de álcool é necessário que a substância faça certos efeitos no cérebro dela. Já reparou como algumas pessoas bebem e ficam com sono, outras bebem dois goles e já caem tontas, enquanto algumas conseguem beber litros sem problema?
Além do treino (consumo constante), o fator genético influencia nesses efeitos. É natural que pessoas com familiares alcoólatras tenham maior risco de adquirir essa drogadição, tanto pela exposição (contato direto com alcoolismo ao longo da vida) quanto por essas questões genéticas do efeito da substância no cérebro.
A dependência química também é um problema
Além desses detalhes, o álcool é uma substância depressora do sistema nervoso. Isso significa que ele diminui a atividade do cérebro, dificultando a tomada de decisão e causando uma sensação de relaxamento e de que tudo é possível.
Por isso, pessoas com alto grau de embriaguez fazem coisas que não fariam sóbrias. Elas não conseguem pensar antes de fazer, já que seu cérebro está mais lento e os comportamentos acontecem antes da racionalização.
Esses fatores, em conjunto, favorecem o consumo de álcool e dificultam a identificação de dependentes químicos. Dessa forma, só percebemos que alguém precisa de ajuda quando a drogadição já chegou em níveis muito avançados.
Qualquer pessoa pode se tornar um alcoólatra?
Como expliquei, o vício em drogas não está associado apenas ao consumo de substâncias. Para que alguém seja dependente, existe uma série de fatores que precisam estar presentes, de maneira persistente, para que a dependência se instale.
Apesar disso, ninguém está salvo da toxicodependência. O alcoolismo é uma realidade para os brasileiros e o consumo dessa droga tem crescido ao longo dos anos, aumentando em mais de 43% nos últimos dez anos.
Em um cenário como esse, ninguém está a salvo da dependência. Por isso, é importante voltar àquela antiga bandeira da moderação: vale fazer de tudo, mas sem excessos. O consumo de drogas, lícitas ou ilícitas, precisa ser feito com cuidado, em momentos específicos e em doses baixas.
As drogas já são uma realidade no mundo e dificilmente vão deixar de existir. Por isso, o que podemos fazer é tomar cuidado, usá-las quando acharmos adequado, mas evitar o consumo desenfreado e sem consciência.
Como o tratamento do alcoolismo é feito?
O alcoólatra, assim como sua família, precisa de ajuda. Ele sofre de uma dependência crônica e dificilmente vai conseguir abandoná-la sozinho. Por isso é necessário contar com o auxílio de profissionais que conheçam essa situação e saibam como contorná-la.
Os tratamentos mais conhecidos são aqueles oferecidos pelos Alcoólicos Anônimos e pelas residências terapêuticas. Entretanto, essas não são as únicas opções. Em algumas situações é necessário, também, a utilização de medicação e o acompanhamento psiquiátrico.
Outro profissional indicado para o tratamento de dependência de álcool é o psicólogo. Como essa toxicodependência acontece pela união de vários fatores, incluindo os comportamentais, a psicoterapia e a orientação psicológica são excelentes ferramentas para contornar a situação.
Apesar da existência desses tratamentos e de sua efetividade, o alcoolismo é uma dependência grave. Os resultados demoram a aparecer e o dependente precisa se esforçar diariamente. Além disso, familiares e amigos são peças fundamentais nesse tratamento.
Se você conhece alguém que está nessa situação, peça para que ele converse comigo!