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O período eleitoral acaba semana que vem, o estrago não!

período eleitoral

O período eleitoral de 2018 foi muito marcante, não é mesmo? Para o bem ou para o mal, vimos como os brasileiros podem ser passionais, irracionais e agressivos. Aprendemos como desmoralizar ideias e pessoas; apenas para fazer valer aquilo que acreditamos.

Além disso, conseguimos a incrível façanha de dividir o país no meio, brigar por qualquer motivo e RESPONDER EM CAIXA ALTA SEMPRE QUE ALGUÉM DISCORDAR DA GENTE. Aprendemos a ganhar no grito, a ignorar opiniões contrárias e a fazer inimigos.

Essa charge do Maurício Ricardo (um gênio, diga-se de passagem) ilustra bem a situação atual que estamos enfrentando.

No meio desse cenário tão lindo (ironia!), me diga uma coisa: o que, diabos, está acontecendo com este país?

Bom, não tenho uma resposta clara para essa pergunta tão profunda e filosófica. Mas, depois de pensar um pouco cheguei a algumas conclusões. Neste texto vou compartilhá-las com você.

De que lado eu estou?

Para começo de conversa, vou esclarecer meu ponto de vista político e assim já responder boa parte das suas dúvidas, meu caro leitor. Não apoio nenhum dos dois candidatos, tenho amigos de ambos os lados e tenho visto tudo que tem sido dito.

Na verdade, falar sobre dois lados é uma grande bobeira. No Brasil hoje existem pelo menos cinco lados: quem vota contra o PT, quem vota contra o Bolsonaro, quem apoia o PT, quem apoia o Bolsonaro e quem desaprova as propostas de ambos os candidatos.

Eu sei, eu sei. Parece um pouco estranha essa mistura, mas não é. Existem pessoas que estão votando no candidato Jair Bolsonaro, mesmo discordando de tudo que ele fala, apenas para tirar o PT do governo e “acabar com a corrupção”.

Por outro lado, temos um grupo que discorda de todo o discurso “agressivo e raivoso” do candidato Jair Bolsonaro. Para este grupo, evitar que ele vire presidente é mais importante do que tirar o monopólio do PT — mesmo discordando do Partido dos Trabalhadores.

Além disso, temos também pessoas que escutaram as falas e propostas de Haddad e Bolsonaro, gostaram do que ouviram e começaram a apoiá-los. Para completar a história, tem pessoas que ouviram os dois lados e discordam de ambos.

De um modo geral, o brasileiro voltou à sua velha lógica de “escolher o menos pior”, mesmo com tantas opções disponíveis para o primeiro turno.

Então, tenho uma proposta: vamos esquecer isso de “que lado você tá” e focar nos resultados da eleição? Daqui a uma semana o período eleitoral acaba, mas o estrago vai continuar durante um bom tempo.

O que as pessoas estão pensando?

Apesar de termos todos esses lados no período eleitoral deste ano, ainda podemos dividir os grupos em dois grandes pensamentos. Não gosto muito dessa ideia, ela segrega e cria inimizades, mas é uma excelente forma de entender o que está acontecendo.

Então, vejamos como funcionam as coisas para ambos os lados!

Quem vai votar no Haddad pensa que…

Para as pessoas que são contrárias às ideias de Jair Bolsonaro, os eleitores do PSL são vistos como homofóbicos, machistas, racistas e pró ditadura e tortura. Eles entendem que o candidato do PSL é uma afronta aos direitos humanos e à liberdade de expressão.

Eles entendem que o plano de governo do Bolsonaro, bem como sua forma de falar sobre as minorias, vai destruir o Brasil. Para além disso, as pessoas que votarão no Haddad acreditam que o Brasil sofrerá um retrocesso nos próximos quatro anos se o candidato do PSL ganhar.

Quem vai votar no Bolsonaro pensa que…

Por outro lado, os eleitores do PSL tem uma visão oposta a dos eleitores do PT. Eles acreditam que quem vota no PT na verdade está apoiando um grupo de bandidos. Segundo esses eleitores, o PT é um partido corrupto e quem o apoia é igualmente corrupto.

Somado a isso, os eleitores do Bolsonaro entendem que quem vota no PT quer que o país entre em falência, aumente o desemprego, solte os presos e institua um regime socialista. Eles acreditam que o governo do PT conseguiria, dessa vez, “acabar com o Brasil”.

Quem é que está errado na história?

Depois de prestar um pouco de atenção nas coisas que são ditas, nos insultos lançados e nas fake news que vem sendo compartilhadas, vemos que não existe certo ou errado. Ambos os lados da discussão estão com medo, inseguros e só querem um país melhor.

Nesse período eleitoral, quem se envolveu acabou ficando passional, esqueceu de medir as palavras e começou a atacar as outras pessoas. Quem vota em A ataca quem vota em B e vice-versa.

No final das contas, vemos dois grupos que carecem de apoio, que precisam de ajuda e que querem um país melhor. A diferença está na forma de fazer isso acontecer: para uns o melhor caminho é com mais segurança, para outros é com apoio às minorias.

Pouquíssimas pessoas realmente querem que a economia brasileira quebre ou que pessoas comecem a morrer. A grande maioria da população só quer viver em um país seguro, tranquilo e justo.

Tendo isso em mente, me diga: realmente existe alguém errado nessa história?

Qual será o resultado dessa eleição?

Confesso para você que nunca vi uma eleição tão passional em minha vida. Nas últimas semanas me deparei com pessoas chorando por causa de política, ficando com raiva, xingando familiares e amigos e desfazendo amizades virtuais e físicas.

De um ponto de vista político, essas eleições causarão grandes danos ao país. Caso o PT chegue ao poder, o mercado tende a esfriar e o desemprego provavelmente aumentará. Por outro lado, o PSL oferece o risco do discurso de ódio, que pode legitimar várias agressões contra minorias.

Em ambos os casos o país pode (não estou dizendo que vai, mas é uma grande possibilidade) retroceder alguns anos no seu índice de desenvolvimento humano (IDH).

E daí?

Mas, sendo bem sincero: isso é o de menos! O que tenho visto como pior resultado é a saúde mental das pessoas. O estresse está mais alto do que nunca, a ansiedade está nas alturas e parece que enquanto a eleição não passar, o país permanecerá parado.

As pessoas estão deixando de lado o diálogo, apelando para a gritaria e ignorando qualquer ideia contrária. Nas redes sociais vemos uma guerra entre dois inimigos terríveis em vez de uma discussão saudável sobre melhores caminhos para o futuro do país.

Se isso parece ruim, imagine depois. As relações sociais estão ficando fragilizadas, as pessoas só conversam com quem pensa como elas e o ser humano está cada vez menos crítico, já que as bolhas de informação nos protegem de ideias opostas às nossas.

Após a eleição as pessoas que são a oposição do novo presidente provavelmente começarão a criticar e atacar todas as suas ações, mesmo aquelas que podem ser benéficas para o país.

Por outro lado, teremos um grupo de pessoas que votou no novo presidente. Essas pessoas, apenas para manter seu ego intacto, talvez comecem a defender qualquer medida tomada — eu sei, eu sei, existem exceções.

Será que é realmente isso que queremos para o país?

O que fazer depois que o período eleitoral terminar?

Agora, se me permite, quero deixar de lado meu trabalho como psicólogo e apenas dar um conselho. Se você vai achá-lo razoável e vai seguí-lo é uma decisão sua, mas preciso ao menos tentar, não é mesmo?

Alguém vai ser eleito no dia 28 de outubro, isso é impossível de evitar. Logo, tudo o que podemos fazer é tirar o maior proveito possível dessa experiência que está por vir. Por isso proponho uma nova atitude.

Após o período eleitoral, busque refazer suas amizades, peça desculpas e reconheça seus excessos — isso é um sinal de maturidade. Além disso, acompanhe o novo presidente, escute suas decisões, apoie aquilo que concordar e faça oposição para as ideias que discorda.

Quem sabe assim não fazemos um Brasil melhor?

Ah, se você chegou até aqui, tenho um pequeno favor a pedir. Compartilhe este texto em suas redes sociais e me ajude a alcançar o maior número de pessoas possível!

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