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A importância do autoconhecimento: o que você realmente precisa saber!

autoconhecimento

Autoconhecimento é a capacidade que temos de nos entender, de conhecer nosso próprio comportamento, motivações, anseios, vontades, desejos e expectativas. Autoconhecimento é, em suma, conhecer a si mesmo.

Esse pequeno conceito, quando bem trabalhado, pode mudar drasticamente a forma como você leva sua vida e até mesmo a forma como é influenciada pelas coisas que acontecem à sua volta.

Vem comigo, vamos conversar sobre esse assunto tão importante!

O problema do autoconhecimento

Para mim, como psicólogo, uma das coisas mais difíceis de fazer é “vender” o autoconhecimento como algo incrível. Não por ele não ser, mas pela complexidade desse tema.

Normalmente o autoconhecimento é descrito da forma como fiz no primeiro parágrafo: a capacidade, ou competência, que temos de conhecer a nós mesmos. Mas isso parece tão superficial, tão… inútil?

Esse é o problema. O desafio. As descrições que temos de autoconhecimento, especialmente na literatura científica, são bem mais profundas que apenas esse conceito que apresentei.

Autoconhecimento não é saber sua cor favorita, o estilo de música que você mais gosta ou quais filmes prefere assistir. Isso é gosto pessoal. Também é importante ter uma boa noção sobre ele, mas nosso assunto é outro.

Então, o que é autoconhecimento?

Quando eu, ou qualquer outro psicólogo, falo sobre autoconhecimento, o que quero dizer é sobre um conjunto de conhecimentos específicos que te ajudam a entender o seu próprio comportamento, não apenas seus gostos.

Eu, por exemplo, sei que gosto de situações sociais (encontros com amigos, por exemplo), mas também sei que elas são extremamente cansativas para mim. Normalmente após esses encontros tendo a ficar exausto e preciso de um dia para descansar.

Já alguns amigos meus, por outro lado, ficam exaustos quando não tem essa interação social. O tédio de ficar em casa é o que os deixa cansados.

É um exemplo simples, mas essa situação tão básica já nos ajuda a entender o autoconhecimento. Eu conheço meus limites, entendo até onde posso ir e uso isso para tomar decisões.

Vamos supor que hoje fosse domingo e que amanhã, segunda, eu precisaria atender em meu consultório (algo real, já que segunda-feira é um dos dias mais cheios da minha agenda). Ao saber dessa minha limitação, posso me privar de ter um encontro no domingo à tarde para estar mais bem preparado para o dia de trabalho que se iniciará na próxima manhã.

É justamente isso que o autoconhecimento nos ensina: quando nos conhecemos, a um nível íntimo, conseguimos realmente entender o nosso comportamento e o que nos afeta.

Com um bom nível de autoconhecimento você pode, por exemplo, entender quando sente mais ou menos tesão (seu nível de libido), que trabalhos aumentam a sua procrastinação, que atividades você adia até o limite, quando fica com raiva, quais situações sociais prefere evitar etc.

As verdadeiras vantagens do autoconhecimento

Mesmo que a ideia de conhecer melhor a si mesmo possa parecer interessante, sinto que ainda falta algo a mais, uma verdadeira vantagem, para que alguém se dedique a um processo tão complexo e trabalhoso como o de aquisição de autoconhecimento.

Bom, para explicar a grande vantagem do autoconhecimento nós podemos usar uma analogia.

Lembra de quando você estava começando a ser alfabetizada? Não, provavelmente você não lembra, até porque nossas memórias de tão tenra idade se perdem à medida que envelhecemos. Mas, ainda assim, você tem uma noção de como eram as coisas, certo?

Basta olhar para uma criança de três ou quatro anos: ela tem uma dificuldade enorme de diferenciar as letras — para nós esses símbolos são normais, para uma pessoa que não conhece o alfabeto romano parecem apenas vários desenhos muito parecidos uns com os outros.

Depois de estudar por alguns anos, a criança já consegue ler e escrever. Ainda lhe falta vocabulário, mas ela entende o que está sendo dito e tem muito mais autonomia do que no período que começou a ser alfabetizada.

Passam-se os anos e aquela criança foi adquirindo conhecimento. Ao chegar no Ensino Médio ela já tem mais domínio sobre a língua e se sente familiarizada com termos e expressões.

Nesse ponto, o conhecimento sobre a linguagem é tanto que podemos, inclusive, fazer dois tipos de brincadeiras:

  1. P0d3m0s tr0c4r 45 l3tr45 d45 p4l4vr45 p0r núm3r05;
  2. Podemos deixar espaços em ____ e você consegue colocar a _____ certa para preencher a lacuna, quase que automaticamente.

Mas não só isso: até mesmo ler textos com as letras invertidas é possível. Veja um exemplo bastante famoso:

“Sem dvdúia, vcoê é cpaaz de ler e etneednr etse ttexo com lreats tcaorads”

Qual a relação da alfabetização com o autoconhecimento?

O autoconhecimento é igualzinho a esse processo de alfabetização: no início, para reconhecer nossos gostos pessoais (como reconhecer uma letra) é preciso muito esforço. Depois de um tempo, você já se conhece tão bem que até mesmo consegue prever cenários (como completar as lacunas) e entender seus sentimentos (como ler um texto embaralhado sem a menor dificuldade).

E assim como a alfabetização, para ler o texto embaralhado precisamos primeiro saber reconhecer as letras. Isso, claro, só é acessível por meio de treino. Então, sim, estou dizendo que para ter autoconhecimento você precisa treinar.

Agora a parte mais importante: o autoconhecimento te permite viver melhor. Com ele, é possível entender o próprio comportamento, as motivações e o que te leva a agir como age.

Entenda o que te motiva

Em vez de ficar parada, ansiosa e sem entender o motivo de não conseguir fazer aquele trabalho tão importante, com autoconhecimento você pode dizer, com clareza: “é porque estou com medo de não ter um bom resultado” ou “não me sinto segura” ou, quem sabe, “eu quero ser demitida”.

Esse grau de sinceridade e conhecimento pode, simplesmente, mudar sua vida.

Entenda suas decisões

Podemos ir além. Ao se conhecer verdadeiramente você para de tomar decisões ao acaso. Em vez de dizer sim ou não, seu cérebro estará pronto para pensar a respeito, imaginar como você se sentiria em cada um dos cenários e como aquela decisão impacta nos seus objetivos pessoais.

Mude seu comportamento

Outra grande vantagem do autoconhecimento é a capacidade de mudança que ele nos oferece. Quando não sabemos o que sentimos ou o motivo de fazermos o que fazemos, ficamos paralisados em um ciclo de repetições

Ao sermos capazes de analisar nosso próprio comportamento e nos questionar, vemos onde estão os erros se temos um ponto de início para a mudança.

Como desenvolver o autoconhecimento?

Existem dezenas, senão centenas, de formas para desenvolver o autoconhecimento. Algumas delas prometem soluções mágicas, rápidas e eficientes — não preciso dizer que são falsas, certo? —, outras são mais palpáveis e aplicáveis, com resultados consistentes.

Vou indicar duas dessas formas para você. A escolha fica a seu critério.

Estratégia 01: O caderno do “Eu”

Autoconhecimento é uma coisa que só adquirimos após várias sessões de reflexão sobre nossa própria pessoa.

Parece estranho dizer assim, mas raramente paramos para pensar. Estamos sempre fazendo alguma coisa: lavando louças, tomando banho, trabalhando, olhando o celular. Qual foi a última vez que você parou, não fez absolutamente nada e decidiu refletir sobre algo?

Não temos esse hábito, e ele é super necessário. Essa técnica vai te ajudar a desenvolvê-lo.

A proposta aqui é simples. Primeiro, pegue um caderno e uma caneta. Deixe-os lado a lado em uma área da sua casa na qual você tem fácil acesso e pode ficar ali por 5 minutos sem ser incomodada.

Diariamente abra esse caderno, coloque um timer de 5 minutos em seu celular, sente-se e comece a escrever sobre você. Escreva como se sente, o que gosta ou não gosta de fazer, o que tem vontade de concretizar no futuro, seus medos, inseguranças, sua confiança, o que admira em si mesma etc.

É claro que escrever sobre você, ainda mais sem ter um tema específico a tratar, é bastante difícil. Ainda mais por 5 minutos. Por isso, nos primeiros dias tente escrever o máximo que consegui, e quando não tiver mais nada para colocar no papel continue sentada até o final do tempo marcado. Isso ajudará seu corpo e cérebro a se acostumarem com essa tarefa.

Faça esse experimento durante um mês. Se conseguir manter a frequência, garanto que sentirá uma diferença na sua forma de pensar.

Ah, e antes de dar início ao “Caderno do Eu”, é interessante escrever na primeira página sobre como você se sente, o que espera desse exercício e como gostaria de ser no futuro. Após um mês leia esse texto e veja o que acha do seu “eu” do passado.

Estratégia 02: Psicoterapia

A estratégia mais eficiente para desenvolver o autoconhecimento é a Psicoterapia feita com um bom psicólogo — recentemente escrevi um guia completo sobre psicoterapia. Se ainda tem alguma dúvida sobre esse tema, clique aqui e leia o texto!

Com essa afirmação eu estou tentando “vender meu peixe”? Sim, com certeza. Mas não só isso: a grande vantagem da psicoterapia é que você conta com um profissional que vai te ajudar em cada etapa do seu descobrimento.

Diferentemente das técnicas para fazer sozinha, na psicoterapia você tem o acompanhamento de um profissional que entende de comportamento humano. Mesmo que você não consiga fazer algo, esse profissional estará lá para te orientar e mudar de estratégia quantas vezes forem necessárias.

Durante as sessões de psicoterapia o psicólogo vai te ajudar a analisar sua vida. Ele fará perguntas que estimulam seu cérebro a pensar de maneira diferente, olhando de pontos de vista distintos para uma mesma situação.

Pouco a pouco o psicólogo te levará a um maior grau de autoconhecimento por meio de estratégias direcionadas à sua personalidade e objetivos. A cada sessão o profissional analisará, com sua ajuda, as cenas do seu dia, dando a você exemplos e chamando sua atenção para coisas que passariam despercebidas se não fosse a percepção treinada do psicólogo.

É por isso que a psicoterapia é uma das minhas mais fortes indicações para quem quer melhorar seu autoconhecimento.

Caso você tenha interesse em iniciar esse processo, que tal marcar uma consulta online comigo? Clique aqui e tire suas dúvidas sobre esse atendimento!

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