Ícone do site AmbientePsi

O [difícil] caminho para o relacionamento perfeito (parte 1/2)

relacionamento perfeito

Ter um relacionamento perfeito é o grande sonho da maior parte das pessoas. Todos queremos estar com uma pessoa agradável, que compartilha interesses e objetivos e que nos faz feliz. Às vezes até encontramos alguém assim, mas estragamos tudo por causa de vários pequenos problemas que vão aparecendo.

Por isso, decidi contar um pouco da minha história e mostrar como que é possível, apesar de tudo, conquistar aquele relacionamento dos sonhos. Esse post vai ser uma mistura de história com algumas dicas de relacionamento. Espero que goste dessa proposta. Vamos lá?

Em primeiro lugar, um pouco de contexto

Eu e minha namorada estamos juntos a sete anos. Nos conhecemos no final da adolescência e continuamos o relacionamento, firmes e fortes. Isso significa que aprendemos muito um com o outro, mudamos e nos adaptamos.

No início do namoro era tudo bem diferente do que é hoje. Nós dois tínhamos nossas visões de relacionamento perfeito, arquétipos do comportamento certo para o homem e para a mulher, e noções já muito bem definidas sobre o futuro.

Então, no início fazíamos as coisas daquele jeito clássico: falávamos o que deveria ser falado, ignorávamos alguma coisa que saia do “padrão” e não pensávamos muito sobre o que queríamos. Na verdade, era um relacionamento quase maniqueísta: existia o jeito certo e o jeito errado de namorar.

Ainda bem, e digo isso com muita alegria, que passamos dessa fase. Algumas pessoas ficam nela por anos — em alguns casos, os casais passam a vida toda acreditando que existe um modelo ideal de relacionamento e que ele deve ser seguido.

O grande risco desse pensamento é que criamos muitas expectativas. Enquanto esperamos que nosso parceiro faça o que achamos que é o correto, temos que fazer aquilo que acreditamos ser o necessário para ter um relacionamento perfeito — mesmo que não gostemos.

Mas… como isso atrapalha o relacionamento?

Em um primeiro momento, as expectativas não parecem nada de mais. É tão natural encontrarmos pessoas que mantém seus relacionamentos assim, não é mesmo? Só que isso só gera brigas e insatisfação.

Imagine, por exemplo, que seu modelo de relacionamento perfeito seja ter uma família tradicional, como aquela da propaganda de margarina: um homem provedor, uma mulher dona de casa e filhos (se possível, um menino e uma menina).

Então, nas andanças da vida, você conhece uma pessoa incrível. Se apaixona por ela e isso é recíproco. No início toda a conversa gira em torno de coisas banais, gostos pessoais e afazeres.

Depois de alguns encontros o compromisso começa a ficar sério, vocês passam a namorar e as conversas vão ficando mais profundas. Nesse momento, o seu modelo de relacionamento e o modelo de relacionamento da outra pessoa começam a entrar em conflito.

Você descobre que ela gosta de trabalhar. Além disso, essa pessoa quer só um filho. E isso apenas depois de se realizar profissional e pessoalmente. Antes de se dedicar a maternidade ela tem uma lista de afazeres: viajar, curtir a vida, se conhecer etc.

É óbvio que um dos dois não vai sair satisfeito dessa história, não é mesmo?

As pessoas começam a se impor com mais frequência

Nisso dei uma certa sorte, já que eu e minha namorada sempre concordamos em algumas coisas pontuais, como: não teremos filhos, é melhor alugar uma casa do que comprar e investir em viagens é mais divertido do que fazer uma festa de casamento.

Mesmo concordando nessas coisas, que comumente são causa de briga entre os casais, nós ainda tínhamos modelos de relacionamento muito diferentes. Então, qual é a atitude correta a seguir? Exato: tentar impor o seu ponto de vista a qualquer custo!

Achou estranho? Parabéns! Isso é estranho mesmo, só gera brigas e não é nem um pouco eficiente. Entretanto, é justamente isso que os casais fazem diariamente. Quando percebem que seu parceiro não corrobora com sua idealização de relacionamento, as pessoas tentam impor suas regras na base da insistência e da força.

Comigo não foi diferente, eu não estava imune a isso. Então, o que aconteceu? Eu e ela brigávamos com uma frequência absurda. Bastava um fazer algo que o outro não gostava e pronto, levantávamos a voz, contestávamos a ação e até ficávamos sem conversar durante algum tempo.

Depois de alguns meses fazendo isso, ficou claro que essa forma de ter um relacionamento não era a melhor. Eu e ela concordamos que a saída era inovar, fugir dessa lógica e tentar fazer do nosso jeito, ignorando o que havíamos aprendido que era certo em um namoro.

Um relacionamento perfeito se baseia em acordos e concessões

O que você precisa entender é que o relacionamento não serve para obrigar o seu parceiro a fazer suas vontades. Na verdade, a proposta é bem diferente: você e a sua pessoa amada precisam descobrir qual é a relação que querem criar.

O relacionamento perfeito é pautado em acordos e concessões. Vocês vão, em conjunto, definir o que gostam e o que não gostam, o que querem e o que não querem. E quando algo inusitado acontecer, em vez de brigar tentem conversar e definir se aquilo é agradável, indiferente ou desagradável.

Esse processo não é fácil

Nessas conversas, você terá que renunciar a muitas coisas que gosta de fazer, a outra pessoa também passará pelo mesmo processo.

— “Ah! Mas eu não deveria me podar só por causa do meu relacionamento; eu sou quem eu sou e pronto.”

Bom, se você pensa assim, talvez a melhor opção seja ficar solteiro. Afinal de contas, quando estamos em um namoro ou casamento temos que conviver com outra pessoa. Ela, assim como você, tem seus costumes, tem medos, inseguranças, desejos, vontades e sonhos.

O ideal é que os dois possam ser livres para viver. Entretanto, algumas de nossas atitudes podem afetar nosso parceiro e vice-versa. Não estou dizendo que precisamos aceitar qualquer acordo ou abaixar a cabeça para as vontades da outra pessoa, okay?

Estou dizendo que precisamos negociar. Se seu parceiro não gosta que a pasta de dente fique aberta em cima da pia, que mal há em fechá-la? São nas coisas simples, nesses detalhes, que construímos uma relação saudável.

Este texto já ficou grande demais. Por isso, vou dividi-lo em duas partes, tudo bem? No próximo conteúdo falarei mais sobre o caminho para ter um relacionamento perfeito e explicarei sobre algumas estratégias que podem (e devem) ser usadas para que sua vida a dois melhore a cada dia.

Siga nossa página no Facebook e acompanhe o próximo lançamento!

Sair da versão mobile